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sexta-feira, 20 de julho de 2018


7 de Novembro de 1935: morre Eurico Lara, a lenda tricolor

“Porto Alegre, ontem, quando despertava para a sua atividade diária, recebeu uma notícia contristadora: no hospital da Beneficência Portuguesa, falecera, às 7:10 horas, o grande arqueiro Eurico Lara, indiscutivelmente a maior glória desportiva do Rio Grande do Sul”.
A notícia, publicada com grande destaque na página 9 do Correio do Povo de 7 de novembro de 1935, quinta-feira, tinha um título emblemático que resumia o significado desse homem nascido em Uruguaiana e que se tornou uma lenda do futebol gaúcho: “Eurico Lara, o player mais glorioso do Rio Grande do Sul, faleceu ontem, nesta capital”.
Ontem, no caso, era uma quarta-feira do histórico ano do centenário da Revolução Farroupilha e o Lara imortal que falecia na Porto Alegre de menos de 250 mil habitantes e três emissoras de rádio, contava apenas 37 ou 38 anos de idade – na página da Wikipédia, enciclopédia digital, consta que havia nascido 24 de janeiro de 1897, enquanto os jornais, inclusive o Correio, lhe davam um ano a menos – teria nascido em 1898. Seja como for, em sua curta e gloriosa existência, Eurico Lara Fonseca, casado com dona Maria Cândida e pai da menina Odessa, de 12 anos, defendeu apenas as cores de um clube de futebol – o Grêmio Futebol Portoalegrense, agremiação na qual jogou durante 15 anos e onde era tão amado e idolatrado a ponto de Lupicínio Rodrigues, ao compor o hino tricolor em 1953, ter nele incluído os seguintes versos: “Lara, o craque imortal, soube o seu nome elevar, hoje com o mesmo ideal, nós saberemos te honrar”.
Lara chegou ao Grêmio em 1920, ainda na época romântica em que não havia futebol profissional no Brasil, indicado por olheiros tricolores impressionados com aquele “goal-keeper” do Sport Clube Uruguaiana que pegava todos os chutes e era aplaudido de pé até pelos adversários. Em 1922, já famoso por aqui, foi ao Rio defender o selecionado do Exército nacional nas comemorações esportivas pelo centenário da Independência do Brasil, e saiu-se tão bem que, ao final do torneio, recebeu um telegrama do próprio Ministro militar, cumprimentando-o por sua incrível atuação. Também quase lendários foram os mais de 20 chutes que defendeu de Friendereich, o maior craque e primeiro grande astro esportivo brasileiro. O jogo foi realizado no Parque Antartica entre os selecionados paulista e gaúcho e ao final uma multidão invadiu o gramado para cumprimentar o incrível arqueiro gaúcho capaz de tantas proezas milagrosas.
Em crônica não assinada, publicada no Correio do Povo daquele 7 de novembro de 1935, e intitulada “A Glória de Lara”, um repórter escreveu: “Lara morreu pobre, sem nada deixar além de um nome, na época precisa em que o futebol está recheando o bolso dos utilitaristas. Quando meio mundo se locupleta com os proventos da profissão, o jogador mais querido e mais glorioso dos pampas deixa apenas uma trilha limpa, percorrida à custa de muito sacrifício e de incomum espírito de abnegação e de renúncia. Ídolo brasileiro, acima de tudo, esse moço jamais perdeu a modéstia que trouxe do berço, da gloriosa Uruguaiana. Nasceu pobre para morrer entre os humildes. Vezes sem conta atuou sob influência do mal que lhe minava o corpo. Sob dores hepática, saltava como um felino dentro daquele retângulo que só ele sabia defender. E nunca teve uma imprecação, nem deixou transparecer o menor sofrimento. E ontem finalmente morreu como morrem os bons: sem um gemido, de mansinho, sem mesmo ter tempo para um último gemido. O Rio Grande do Sul, envolto em crepe, antes de chorar canta e exalta no dia de hoje a glória imortal de Eurico Lara.”
Lara tinha tuberculose havia três anos, em um tempo em que não havia penicilina ou estreptomicina e a chamada doença dos poetas e dos artistas dizimava milhões de pessoas em todo o mundo.  Sua última atuação pelo Grêmio foi mais uma página de glória: o histórico Grenal de setembro de 1935, decidindo o campeonato da cidade no ano festivo do centenário da Revolução Farroupilha, vencido heroicamente pelo Grêmio por dois a zero. Lara saiu de campo para ser hospitalizado na Beneficência Portuguesa, onde encerrou a vida como o maior mito da história do imortal tricolor – a bem da justiça, nem Renato Portalupi, ídolo da era modera, o supera na linha do tempo.
No dia 8 de novembro, ainda repercutindo a morte do mito, o Correio do Povo publicou uma foto em que Lara aparece no momento em que sofreu o último gol da sua vida – precisamente o dia 15 de setembro de 1935, data da comemoração dos 32 anos do chamado “clube da Baixada”. Em jogo contra o Força e Luz pelo campeonato da Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos, AMGEA, uma espécie de liga dos clubes de Porto Alegre e arredores, Lara, atrás de Luiz Luz, não consegue defender o chute de Negrito.
Eurico Lara foi campeão citadino de 1920, 21, 22, 23, 25, 26, 1930, 31, 32, 33 e 35 e campeão gaúcho dos anos de 1921, 22, 26, 1931 e 32. Ídolo das famílias e das crianças, que sonhavam um dia “ser Lara”, foi sepultado com a bandeira do Grêmio e o seu funeral em carro público praticamente parou Porto Alegre. Infelizmente, não existe qualquer registro fonográfico ou cinematográfico deste homem incrível que dizem ter sido o maior goleiro que o Rio Grande do Sul e que entrou para a história como “o goleiro dos goleiros”, simplesmente “a Lenda”.

Ricardo Manhães, Notícias do Dia. A Charge Online.

Nena e Adãozinho, do Inter, no selecionado brasileiro da Copa de 1950

Na primeira Copa do Mundo disputada no Brasil, a de 1950, dois jogadores gaúchos integraram o selecionado nacional que foi vice-campeão mundial: Nena e Adãozinho, ambos do Internacional, não foram titulares. Adãozinho, atacante, integrante do famoso Rolo Compressor do Inter, faleceu aos 66 anos, no estado de São Paulo. Depois da Copa, transferiu-se para o Flamengo, onde ficou até 1953. Nena, ou Olavo |Rodrigues Barbosa, zagueiro, faleceu em 2010, com 87 anos. Os dois nasceram em Porto Alegre. Nena fez história também na Portuguesa, de São Paulo.
Nena, do Rolo Compressor, morreu em Goiânia.

Campeão de 1976, Inter teve apenas três derrotas em um campeonato com 54 equipes


O Sport Clube Internacional sagrou-se bicampeão brasileiro de futebol em 1976, com um timaço que marcou época, comandado pelo paulista Rubens Minelli. Com 19 vitórias, alguns empates e apenas três derrotas, o colorado teve o goleador da competição, Dario, o "Dadá Maravilha", e o melhor jogador, Figueroa. A final foi contra o Corinthias, em um jogo só, no Beira-Rio Lotado, com placar de 2 a 0 para o Inter. 
Por capricho do regime militar, que queria agradar aos Estados, o certame teve 54 equipes participantes, algumas tão inexpressivas como o Confiança, de Sergipe, e o Uberaba, de Minas Gerais. O jogo da decisão final aconteceu a 12 de dezembro e sobre ele escreveu o jornalista Mino Carta, então no Jornal da Tarde e editor da revista Quatro Rodas, ambas de São Paulo. O título era "Se eu fosse marciano não estaria entendendo nada", reproduzido pelo Correio do Povo

Tesourinha, o sorriso largo no craque fabuloso

Tesourinha, em matéria da Revista do Globo de 1946, escrita por Cid Pinheiro Cabral.


17 de junho de 1979, uma noite de sábado para domingo, é uma data triste para o futebol gaúcho e brasileiro. Nesse dia, em Porto Alegre, falecia Osmar Fortes Barcelos, mais conhecido por Tesourinha. Um dos maiores pontas-direitas do futebol brasileiro encerrava a vida com apenas 57 anos, vítima de um câncer no estômago, deixando, atrás de si, uma lenda futebolística e um modelo a ser seguido. Mito do Internacional, carro-chefe do famoso Rolo Compressor que foi hexacampeão gaúcho, de 1940 a 1945, Tesourinha ganhou esse apelido pelo fato de seu pai integrar um famoso bloco carnavalesco da capital, o Tesouras, formado em sua maioria por negros, e que marcou época nos anos 20, 30 e 40. Ele foi o primeiro jogador negro da história do Grêmio Porto-alegrense, onde também jogou, dando fim a um período de discriminação racial no hoje popular e democrático clube gaúcho.
Tesourinha foi campeão sul-americano pela Seleção Brasileira nos anos quarenta, formando ao lado de Heleno de Freitas, Zizinho, Jair e Ademir, e só não participou da malograda Copa do Mundo de 1950 no Brasil, aquela do Maracanaço, por ter estourado os meniscos quando jogava pelo Vasco, clube para o qual se transferiu no início daquele ano, naquela que foi considerada a maior transação do futebol brasileiro da época. Muitos consideram que sua ausência foi uma das causas da perda do título para o Uruguai.
Nascido em 3 de outubro de 1921, de família pobre, no bairro pobre da Ilhota, a primeira grande favela de Porto Alegre, era filho de um motorista e de uma dona de casa. Seu pai faleceu quando ele tinha apenas 12 anos. Começou a jogar futebol em criança, em um dos times da famosa Liga da Canela Preta, uma associação de jogadores de cor que se contrapunha ao racismo imperante no esporte de então. Em 1940 Tesourinha já estava no Internacional de Porto Alegre, onde ficaria por dez anos, formando o temível ataque colorado com Vilalba, Russinho, Ruy e Carlitos. Em 1946, ao final do campeonato sul-americano, atual Copa América, vencido pelo Brasil, Tesourinha foi escolhido pela crítica “o maior ponteiro da América”. Mais tarde ganhou o título de “Craque Melhoral”, distinção concedido por uma empresa de medicamentos ao melhor jogador brasileiro do ano,
Tesourinha foi comprado pelo Vasco no final de 1949, e o Vasco era o mais caro e vitorioso time da época, a base da seleção brasileira. Porém o problema no joelho fez com que pouco durasse em São Januário. Em 1952, já com seus trinta anos, foi contratado pelo Grêmio, Grêmio que no ano seguinte completaria 50 anos de glórias. O garoto pobre da Ilhota voltava à terrinha.
Mas Tesourinha era colorado de coração e foi no Inter onde jogou o fino. Em 1969, quando da inauguração do Gigante da Beira-Rio, foi homenageado pela nação colorada. Com lágrimas nos olhos, retirou, como merecido troféu, as redes das goleiras do velho Estádio dos Eucaliptos, palco das suas grandes atuações pelo Internacional. Defensor da classe esportiva e do futebol varzeano, onde se formou, Osmar Fortes Barcelos foi laureado postumamente com a Copa Tesourinha de Futebol Amador da Federação Gaúcha de Futebol e com um centro esportivo que leva seu nome. Ele sempre dizia, com orgulho: “Vim da várzea, me torneio ídolo e não posso negar meu apoio visando melhorar a estrutura desse futebol varzeano, de onde saem os grandes craques. É lá onde tudo começa”
Logo após a sua morte, em uma crônica no velho Correio do Povo, o jornalista e colorado Valter Galvani fala da honra de ter conhecido Tesourinha, o craque fabuloso, e Osmar Fortes Barcelos, o homem afável de sorriso largo. Menino vindo do interior, lembrando da primeira vez que o viu jogar, Galvani escreveu a 24 de junho de 1979 a crônica “Tesoura, um Certo Sorriso”: “Eu diria que o vi em campo, naquela longínqua tarde de 1944, com o seu largo sorriso. Tesourinha foi um herói a seu modo, um herói modesto, simples e calmo, capaz de levar as plateias até o delírio. Nunca esqueci suas jogadas, mas jamais esquecerei o seu sorriso de bondade.”






Colorados se despedem de Figueroa e Minelli em jogo festivo: dezembro de 1976

Os torcedores colorados mais antigos certamente lembram com saudade da equipe de 1976, bicampeã brasileira consecutiva e, depois, considerada o time da década de 70 pela crítica esportiva. Pois há exatamente 40 anos acontecia o jogo de despedida de dois ícones vermelhos - Dom Elias Figueroa, o zagueiro chileno, e o técnico Rubens Minelli, um paulista que revolucionou o futebol gaúcho. Minelli estava há três anos no Beira-Rio e Figueroa alguns anos mais. Minelli voltava para São Paulo e Figueroa para a sua terra, o Chile, onde jogaria pelo Palestino, um modeste clube que só ganharia dois títulos nacionais - o segundo, em 1978, com dom Elias no comando. . O jogo festivo aconteceria no Beira-Rio, em um domingo, 19 de dezembro, contra o selecionado brasileiro dirigido por Cláudio Coutinho e com a presença do grande craque da época, Zico. O árbitro da partido depois se tornaria comentarista de arbitragem na televisão - José Roberto Wrigh. Reprodução do CP.

Telê Santana chega ao Grêmio, para mudar tudo: setembro de 1976


O Brasil já teve grandes técnicos - técnicos de verdade, não improvisados. Um dos que mais se destacaram foi o mineiro Telê Santana, responsável por tirar o tricolor gaúcho de uma fila de oito anos como vice-campeão estadual, o octa colorado, sempre perdendo para o Internacional no último jogo.
Dispensado pelo Botafogo três meses antes, em setembro de 1976 Telê foi anunciado como o novo treinador gremista, substituindo o interino Paulo Lumumba. Ele implantou uma nova filosofia de trabalho e deu o título de 1977 para o time da Azenha e do Olímpico, reestabelecendo o equilíbrio no futebol gaúcho. Em 1982 Santana foi o técnico da seleção brasileira na Espanha - exibindo um futebol alegre e eficiente que teve o azar fatal de perder para a Itália, com os três fatídicos gols de Paolo Rossi. Reprodução do Correio do Povo, Arquivo Histórico de Porto Alegre.
Tacho, no jornalNH (Novo Hamburgo, RS). A Charge Online.

1953, um ano de ouro para o futebol gaúcho



Reprodução da Revista do Globo, com matéria de Cid.


1953 foi um ano de ouro para o futebol gaúcho, brasileiro e sul-americano. Ou, como escreveu Cid Pinheiro Cabral na Revista do Globo de 17 de outubro de 53, “foi o primeiro grande ano para o futebol profissional de Porto Alegre”. Cabral, na reportagem intitulada “Futebol a Portas Fechadas”, comemorava: “Neste ano atinge o futebol profissional de Porto Alegre uma prosperidade jamais sonhada”. Em seguida, contudo, observou: “Infelizmente, a popularidade alcançada está muito além da capacidade dos nossos estádios”.
O título da matéria “Futebol a Portas Fechadas” era uma referência ao fato de que, pela primeira vez na história futebolística da capital rio-grandense, parte dos torcedores que havia comparecido aos estádios para assistir aos jogos não conseguira entrar, por absoluto esgotamento da capacidade de acomodação nos diminutos e acanhados centros esportivos de então. E prosseguia o cronista: “Antigamente, lá de vez em quando, fechavam os portões em Porto Alegre antes das 14 horas. Mas isso só acontecia nos clássicos transcendentais, como Grêmio X Internacional, realizados em estádios que mal comportavam 10 mil pessoas. Em 1953, não. Em 1953, por ocasião do centésimo trinta Grêmio X Internacional, os portões do estádio dos Eucaliptos, com 22.500 expectadores, fecharam-se na cara de uns 2 mil a mais. E pela primeira vez isso aconteceu também em outros jogos.” Cid destacava o fato de a disputa Internacional versus Nacional (o da Chácara das Camélias) ter recebido cerca de 12 mil pessoas “em um estádio longínquo e sem acomodações, e ficaram na rua 2 mil retardatários”. O fenômeno se repetiu em outra partida – Internacional versus Força e Luz, o jogo do líder invicto contra o último colocado. Também a partida entre Renner e Internacional teve lotação esgotada.
Segundo o jornalista, “chegou, portanto, a hora de Porto Alegre – a hora do futebol a portas fechadas. Por paradoxal que pareça, futebol a portas fechadas quer dizer super popularidade. E super popularidade, em linguagem profissionalista, é um estado de bem aventurança.”
O fato do Grêmio estar quase concluindo as obras do Olímpico chegava em excelente hora, festejava o cronista: “A sorte de Porto Alegre é que o estádio do Grêmio Porto-alegrense, que abrigará, concluída a primeira parte do projeto, umas 35 mil pessoas, está andando a passos de gigante. A sorte é que o Internacional, cujo estádio na situação atual, apanha no máximo 23 mil pessoas, promete para breve uma nova forçada, no sentido de concluir o seu pavilhão central, o que ampliará em 12 mil a sua capacidade.”
É importante salientar que o futebol no Rio Grande do Sul, em 1953, tinha apenas meio século anos de existência esportiva e que só haviam sido realizadas quatro copas do mundo. Em todo o mundo, aliás, pela primeira vez se descobrira que ele, à exceção de alguns países, era agora o esporte mais popular de todos, superando o boxe, o remo e até o turfe.
Logo na abertura da sua matéria, Cid Pinheiro Cabral diz: “Positivamente, a loucura do futebol chega ao auge”, lembrando que, durante a construção do Maracanã, muitos dos seus idealizadores estimavam que o hoje Maraca só lotaria dali a muitos anos, o mesmo acontecendo com o Pacaembu, este com capacidade para 80 mil pessoas. E no entanto os dois já tinham lotado seus jogos muitas vezes nos últimos anos.
O fenômeno não era brasileiro e sim sul-americano, apontava o jornalista: “Eis que agora começa o problema a afligir também os mentores do futebol uruguaio, argentino e chileno. O Estádio Municipal de Santiago, remodelado em 1945 para o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América), não corresponde mais ao interesse que está despertando, no Chile, o mais popular dos esportes.”
E prosseguia em sua matéria na Revista do Globo daquele ano de 53: “A Argentina tem dois grandes estádios recentemente construídos – o do Racing e o do Huracan. Mas ainda o do River Plante conserva a primazia. É o mais amplo mas começa a tornar-se pequeno. Mas também o velho estádio Centenário, inaugurado em Montevidéu por volta de 1930 sem estar concluído, torna-se objeto de atenção dos dirigentes do futebol uruguaio. Já não comporta mais o interesse que certas temporadas internacionais começam a despertar e por isso vai ser ampliado em mais 30 mil lugares.”
Fechando sua matéria “Futebol a Portas Fechadas”, Cid Pinheiro Cabral ironizava, um tanto acidamente: “Ao depararmos com esse espetáculo – que é continental – da luta da popularidade do futebol contra a relativa exiguidade dos estádios, lembramo-nos daqueles apressados e mal inspirados profetas que, por volta de 1933-34, preconizavam o fim do futebol no Brasil por haver cometido o imperdoável pecado de profissionalizar-se. Paz à alma dos que já morreram.”